Songs

A casa do meu avô

Do livro A casa do meu avô, da Ática (letra e música Ricardo Azevedo)

Voz: Érika Fortunato

Arranjos e execução musical Deni Mastrodomenico e grupo

 

A casa do meu avô

 

Vou tomar um trem agora

Vou pegar um avião

Vou de ônibus, de carro

De barco, vou de charrete

De lambreta, motoneta

Patinete ou bicicleta

Se precisar vou a pé

Pra casa do meu avô.

 

Na casa do meu avô

Além do jardim florido

Plantado pelo seu Júlio

Além de ter um cachorro

Dengoso mas furioso

Das conversas lá no quarto

Do tio Nená que é tantã

Do piano da vovó

Tocando misterioso

De tantos livros bonitos

Da comida da Geralda

Na casa do meu avô

Ou melhor, na casa ao lado

Mora uma certa pessoa

Que se chama Isildinha

 

Ah como é boa essa vida

Na casa do meu avô

Bem melhor do que sorvete

Mas gostosa que bombom

Que refresco, chocolate

Bolo, bala, caramelo

Ah como é doce essa vida

Na casa do meu avô!

Bola de Gude

Do livro Dezenove poemas desengonçados, da Ática (Letra e música de Ricardo Azevedo)

Voz / Violão / Arranjo: Renato Lemos

Bola de gude

a maior bola do mundo
é de fogo e chama sol
a bola mais conhecida
é a de jogar futebol

certa bola colorida
jogar bem eu nunca pude
é de vidro essa bandida
e chama bola de gude

Cartolina

do livro Livro de papel, Editora do Brasil (Letra de Ricardo Azevedo – Música de Renato Lemos)

Vozes / Rebolo / Violão / Percussão (sampler): Renato Lemos
Sanfona: Vicente Falek
Arranjo: Renato Lemos

Cartolina

É um tipo de papel,
mas tem nome de menina.
Podia ser Agripina,
Angelina, Balduína,
Carolina, Catarina,
Celestina, Clementina,
Coralina, Doralina,
Genoína, Jacobina,
Janaína, Josefina,
Lazarina, Marcelina,
Margarina, Serafina,
Vicentina, Virgulina,
Vitalina, Ursulina,
mas seu nome é
Cartolina.

Ocorre que a Cartolina,
não o papel, a menina,
nasceu pra ser bailarina.
mas não tomou vitamina,
e acabou na ruína,
por causa da perna fina.

Dama encantada

Do livro Ninguém sabe o que é um poema, da Ática (Letra e música de Ricardo Azevedo)

Voz / Violão / Violoncello: Renato Lemos

Dama encantada

Olho pra dentro da noite
E vejo uma luz:
É estranha
É bonita

Brilha parada na sombra
Parece uma dama
Encantada,
É malvada

Tanto que quando ela quer
Some na noite sem fim
Desaparece
Desacontece
Finge que vai embora
E de repente volta
Iluminando o céu

Olho pra dentro da noite
E vejo uma luz
É tão bela
É donzela
É cigana
É sereia
A lua cheia

Destino

do livro Como tudo começou, da Saraiva (Letra de Ricardo Azevedo – Música de Gustavo Finkler)

Voz: Gustavo Finkler e Renata Mattar
Violão, bandolim: Gustavo Finkler
Percussão: Paulo Pixu
Violino: Felipe Dias
Acordeon: Felipe Soares
Violoncelo: Adriana Holtz
Flauta, clarinete: Simone Julian
Arranjo: Gustavo Finkler

Destino

O destino não existe
(Por favor não fique triste!)
O que existe é uma estrada
Que a pessoa vai achando.

Vai tomando, vai sentindo
Vai gostando, vai seguindo
Vai traçando, vai medindo
Vai criando, vai abrindo.

Cada riacho do mundo
Constrói seu rumo no chão
Toda pessoa que nasce
Tem a vida em sua mão.

Oração do mendigo

do livro Dezenove poemas desengonçados, da Ática (Letra e música de Ricardo Azevedo)

Voz / Violão / Arranjos: Renato Lemos

Oração do mendigo

eu quero poder plantar
no jardim que nunca tive
não um pé de laranjeira
não um pé de mexerica
não um pé de limoeiro

eu quero e preciso urgente
plantar depressa ligeiro
um pouquinho de dinheiro

um bocadinho de…
um pézinho de dinheiro

 

Outros papéis

do Livro de Papel, Editora do Brasil (Letra e música de Ricardo Azevedo)

Voz / Assobio e efeitos vocais /Violão elétrico / Baixo /Bateria / Percussão (sampler): Renato Lemos

Outros papéis

Ninguém quer levar a fama,
nem rasgado, nem pintado,
é sempre um grande embaraço
fazer papel de palhaço.

Em qualquer canto do mundo,
em qualquer parte globo,
nunca se viu quem gostasse
de fazer papel de bobo.

Há também uma verdade:
nem a figura mais frouxa,
nem uma múmia em pessoa,
quer fazer papel de trouxa.

Quem gosta de levar tapa?
(eu não!)
Quem adora levar murro?
(to fora!)
Quem prefere levar chute?
(ta louco!)
Quem quer o papel de burro?
(eu hein?)

Pra terminar, vou dizer,
tanto faz segunda ou sexta,
terça, quinta ou qualquer dia,
ninguém quer papel de besta!

Partitura

do livro Ninguém sabe o que é um poema, Ática (Letra e música de Ricardo Azevedo)

Voz: Érika Honorato
Piano / Teclado / Baixo (sampler): Vicente Falek
Sax tenor: Richard Fermino

Partitura

Ela flutua no ar,
ela vive no compasso,
ela passa e não se vê,
é flor que cresce no espaço.

Ela existe e ninguém pega,
Tem o corpo transparente,
Feito castelo invisível,
é sonho fora da gente.

Essa pintura improvável,
essa impossível escultura
só para quando o maestro
escreve uma partitura.

 

Se um dia eu for mendigo

do livro Dezenove poemas desengonçados, da Ática (Letra e música de Ricardo Azevedo)

Coro: Ricardo Azevedo, Erika Honorato, Bel Azevedo, Alcy Linares, José Eduardo Azevedo, Juliana Venezian, Renato Lemos
Coro infantil: Daniel Garcia, Gabriela Milani, Livia Ribeiro, Paulo Lisbôa
Violão / Samplers: Renato Lemos
Baritone: Richard Fermino
Arranjo: Renato Lemos

Se um dia eu for mendigo

se um dia eu for mendigo
escuta bem o que eu digo
vou andar esfarrapado
vou viver espandongado
vou fazer esculhambado
meu ninho naquela praça

depois, prá fazer pirraça
vou pedir uma esmolinha
vou juntar um dinheirinho
prá chegar na padaria
primeiro, dizer boa noite
segundo, dizer bom dia
terceiro, gritar risonho:
– Por favor me traga um sonho,

mas um sonho caprichado
mas um sonho saboroso
quero um sonho açucarado
recheado de esperança
para espantar bem depressa
a fome da minha pança!

 

Se um dia eu for mendigo (outra versão!)

do livro Dezenove poemas desengonçados, da Ática (Letra de Ricardo Azevedo – Música de Renato Lemos)

Voz e Arranjos: Renato Lemos

Coro infantil: Daniel Garcia, Gabriela Milani

Se um dia eu for mendigo

se um dia eu for mendigo
escuta bem o que eu digo
vou andar esfarrapado
vou viver espandongado
vou fazer esculhambado
meu ninho naquela praça

depois, prá fazer pirraça
vou pedir uma esmolinha
vou juntar um dinheirinho
prá chegar na padaria
primeiro, dizer boa noite
segundo, dizer bom dia
terceiro, gritar risonho:
– Por favor me traga um sonho,

mas um sonho caprichado
mas um sonho saboroso
quero um sonho açucarado
recheado de esperança
para espantar bem depressa
a fome da minha pança!

Telegrama

do livro Livro de papel, Editora do Brasil (Letra e música de Ricardo Azevedo)

Voz: Érika Honorato
Teclados / Baixo (sampler): Vicente Falek
Flauta: Richard Fermino
Percussão (sampler): Renato Lemos
Arranjo: Renato Lemos

Telegrama

Papel arisco
parte veloz,
leva mensagem
pra todos nós.

Anda depressa,
voa ligeiro,
vai sem descanso
o tempo inteiro.

Pede notícia,
manda recado,
faz um pedido,
traz resultado.

Vai alegria,
volta lembrança,
leva saudade,
vem esperança.

Boa viagem,
papel urgente,
tão importante
pra tanta gente.

Viver cheio de alegria

do livro Como tudo começou, da Saraiva (Letra de Ricardo Azevedo – Música de Gustavo Finkler)

Voz: Gustavo Finkler e Renata Mattar
Violão, bandolim: Gustavo Finkler
Percussão: Paulo Pixu
Violino: Felipe Dias
Acordeon: Felipe Soares
Violoncelo: Adriana Holtz
Flauta, clarinete: Simone Julian
Arranjo: Gustavo Finkler

Viver cheio de alegria

Viver cheio de alegria
Ser amado, ser querido
Ter saúde, ter amigos
Ser tranquilo e divertido.

Ser forte, ser carinhoso
Ser sábio e agradecido
Ser doce, ser verdadeiro
Ser firme, ser decidido.

Ser livre para partir
Ser livre para ficar
Ser livre para sentir
Falar, pensar e sonhar.

Ser gentil e paciente
Cordial e corajoso
Amoroso, compreensivo
Exigente, generoso.

Ter trabalho, ter prazer
Construir a vida em paz
Se for preciso, ser sério
Mas não ser sério demais.

Amar a vida e o mundo
Gostar de fazer o bem
Jamais perder a confiança
(Nem a esperança também).