Caderno veloz de anotações, poemas e desenhos
A ideia de um espaço livre e pessoal capaz de guardar comentários, observações, imaginações, especulações, sonhos, sensações e sentimentos pegos no ar ou sugeridos pelos acontecimentos e vivências do dia a dia, traduz bastante bem, creio, a proposta geral do livro Caderno veloz de anotações, poemas e desenhos. Nele, tanto os poemas como os desenhos foram feitos e refeitos ao longo de alguns anos. Os textos, após a publicação, em 2007, do livro Feito Bala Perdida e Outros Poemas, e as imagens, principalmente a partir de meados de 2013 – embora suas raízes sejam muito anteriores – tendo como denominador comum o fato de serem reflexo da experiência de estar na vida, por vezes um tanto espantado, respirando, olhando e sentindo coisas.
Não sei se a vida faria sentido se ela não fosse, de alguma forma, espantosa. É preciso dizer que os desenhos não são ilustrações no sentido convencional da palavra, pois nenhum deles foi feito em função de um texto específico. Tanto os poemas como as imagens do livro são, na minha cabeça, igualmente “textos”, ocupam o mesmo espaço dentro do trabalho, são autônomos, nasceram por conta própria, têm sua razão de ser e representam algo para ser lido e examinado.